Um dos maiores obstáculos a busca de tratamento encontra-se em algumas crenças culturais. Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a autossuficiência e a fantasia de uma Independência sem limites traduzida em discursos, como: “sou forte”, “eu não preciso de ninguém”, “não gosto de pedir ajuda”, “é muito difícil pra mim ser cuidada”, “eu posso tudo”.  

 Esses discursos produzidos socialmente e internalizados pelos sujeitos criam dificuldades para se recorrer a algum tipo de auxílio, pois são lidos como fraqueza, frescura. Nesse cenário, buscar ajuda profissional é como dar um atestado a si: fracassei! “Não vou, isso é coisa de gente louca!”.  

Há uma cobrança externa e interna de suportar tudo sozinho, levando a uma vida de desgastes e frustrações.  

     Será que precisa ser assim? 

     Será que esse caminho não está tornando a vida mais complicada? 

     A vida já não é suficientemente difícil?  

A proposta de um trabalho psicoterapêutico não é lhe prender em rótulos de fraqueza e “loucura”, mas olhar pra si de forma honesta, conhecer seus limites e possibilidades, ampliar e amadurecer seu olhar, folgar os nós que te prendem em verdades e sofrimentos há tanto tempo estabelecidos.